sábado, 15 de janeiro de 2011

Às Voltas com a Memória: VASCO SANTANA (n. 28 JAN. 1898; m. 13 Jun. 1958)

Vasco António Rodrigues Santana, nasceu a 28 de Janeiro de 1898, em Lisboa, e morreu também em Lisboa a 13 de Junho de 1958, foi casado com a actriz Mirita Casimiro, também ela um grande nome do teatro português.

Com 19 anos, e depois de ver repetidamente a peça “O Beijo”, de Arnaldo Leite e Carvalho Barbosa, no Teatro Avenida, Vasco Santana é solicitado para substituir o actor Artur Rodrigues e faz assim a sua primeira estreia teatral pública, com o papel de Palavreado. Devido ao seu inesgotável talento, a representação não podia ser outra coisa senão um êxito. Daí em diante nunca mais parou. Com as suas habituais manobras de genialidade no palco, levava ao delírio centenas de admiradores.
Vasco Santana abandona o curso de belas-artes e dedica-se exclusivamente à carreira dramática, fazendo longas temporadas no Teatro S. Luiz e viajando ao Brasil nas “tounées” das companhias em que trabalhava.

Destacou-se na comédia e alcançou o estatuto de estrela no cinema, protagonizando filmes como “A Canção de Lisboa”, de 1933, em que contracena com Beatriz Costa e António Silva; “O Pai Tirano”, em 1941, em que faz dupla com Ribeirinho e no qual domina a acção e cria situações brilhantes de humor; e “O Pátio das Cantigas”, em 1942, em que concebe alguns dos seus mais bem sucedidos momentos cinematográficos, como o monólogo com o candeeiro ou os diálogos de trocadilhos com António Silva.

Devorado por uma energia imparável, jamais estava quieto. No teatro nunca deixou de trabalhar e, cada vez que subia ao palco, levava consigo uma aura de alegria e boa-disposição. “Ver a Laura ou o Vasco Santana era uma festa. Hoje, achamos extraordinário como eles faziam duas sessões sempre esgotadas. Aquilo era melhor que um Benfica-Sporting!”, testemunha o encenador Filipe La Féria, fazendo referência à célebre dupla que o actor fazia com Laura Alves.

Mas Vasco Santana não fez só comédias. Entrou também em algumas peças dramáticas, como “Três Rapazes e Uma Rapariga”. Brilhou de igual maneira e transmitiu grande humanidade às personagens. Tinha talento nato, mas também dominava as técnicas de representação e sabia como ninguém improvisar. “Havia um charme, uma delicadeza a dizer as coisas. Bem ditas e bem representadas”, refere Fernando Mendes.
O multifacetado actor também conheceu o sucesso na rádio, criando personagens engraçadas como o Zequinha, da série “O Zequinha e a Lelé”, nos anos de 1947 e 1948.

Nasceu e morreu em Lisboa e foi pai de outro conhecido actor português, Henrique Santana. Para sempre adorado pelo público, Vasco Santana será, para a eternidade, uma referência obrigatória na arte da representação. Quase 50 anos após a sua morte, ainda faz rir Portugal.

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