sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A Minha Tese: Percursos e Representações sobre o Consumo Excessivo de Álcool: Um Estudo Exploratório na Grande Área de Lisboa - ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

Definição da Problemática


As expectativas inerentes à objectivação definida projecta-se numa questão central, que constitui o ponto de partida e orienta toda a investigação:




Quais os principais motivos que levam os indivíduos a tornarem-se
consumidores excessivos de álcool?

Esta questão inicial é, como já se referiu, integradora de toda a pesquisa, pelo que também ela necessita de ser operacionalizada através de um conjunto de questões derivadas.
Esta operacionalização que deu forma aos propósitos da investigação teve de ser necessariamente flexível e adaptável e viria a sofrer ligeiros (re) ajustamentos no decurso da investigação efectuada. Desta forma, pretendeu-se com esta operacionalização e desmultiplicação da questão inicial, conceber um mecanismo de progressiva adaptação aos novos contornos que o desenvolvimento do estudo foi ditando.
Emergentes da questão inicial (de partida), surgiram, desta forma, as sub questões que passamos a explicitar:

·         Até que ponto os problemas familiares, motivam os indivíduos a tornarem-se consumidores excessivos de álcool?

·         É a negligência pela a família um factor desencadeador do abuso do álcool?

·         Até que ponto o desemprego torna o indivíduo num forte consumidor de álcool, levando à sua dependência?

·         São as dificuldades financeiras, um facto motivante para o consumo em excesso de álcool?

·         Será a perda de velhos amigos, uma das razões para o indivíduo entrar no mundo do alcoolismo?

·         Serão factores sócio culturais que levam os indivíduos ao consumo excessivo de álcool?


As “minhas” Hipóteses


Hipótese Principal:

O  consumo  excessivo  de álcool  é  o  resultado das dificuldades
que o indivíduo se vê confrontado no seu dia a dia e nas relações
estabelecidas   ao   nível   de  grupos,  organizações,  círculos  de
amigos.

Hipóteses secundárias:

Hipótese 1 – A falta de emprego e as dificuldades económicas conduzem os indivíduos a refugiarem-se no consumo de álcool, de forma a não enfrentarem a realidade da sua situação.

Hipótese 2 – As dificuldades familiares e a própria negligência pela a família, são factores que desencadeiam a busca abusiva de álcool.

Hipótese 3 – A perda de velhos amigos, pode levar ao consumo excessivo de álcool, como forma de “esquecerem temporariamente” o assunto.

Hipótese 4 – Os factores sócio culturais são muitas vezes uma forma do consumo de álcool se tornar banal, levando ao consumo excessivo do mesmo.

O Modelo de Análise


Após a fase exploratória, importa agora traduzir todas as preocupações até aqui sentidas, numa linguagem adequada, de forma a conduzir o trabalho sistemático de recolha e análise dos dados. Necessito, assim, de um modelo de análise que sirva os propósitos, ou seja, que através de uma conceptualização abstracta dê conta do real.
Conforme nos explicitam Quivy e Campenhoudt[1], o modelo de análise é o prolongamento natural da problemática articulando de forma operacional os marcos e as pistas que serão finalmente retidos para orientar o trabalho de observação e de análise. É composto por conceitos e hipóteses estreitamente articulados entre si para, em conjunto, formarem um quadro de análise coerente.
Aires Gameiro[2], considera o hábito de beber sistematicamente a todas as refeições e entre elas e ainda mais frequentemente do que isso (de manhã e ao deitar) como um grau de consumo dependente, visto que o consumidor denota uma apetência para não poder passar sem uma certa concentração quase permanente de álcool no sangue. Considera ainda que a partir do consumo sistemático em duas situações diárias se toca a área do consumo excessivo.


















[1] QUIVY, Raymond, CAMPENHOUDT, Lucvan. (1998), Manual de investigação em ciências sociais, Lisboa, Gradiva, (2ª edição).
[2] GAMEIRO, Aires, (1998), Hábitos de beber dos portugueses e prevenção dos problemas ligados ao Álcool, in Hospitalidade, Mem-Martins.

Sem comentários:

Enviar um comentário