sexta-feira, 20 de abril de 2012

À Volta com a Vida: Investigadores portugueses fazem descoberta revolucionária no cancro da mama



Investigadores portugueses fazem descoberta revolucionária no cancro da mama


Carlos Caldas, do Cancer Research UK’s Cambridge Research Institute, e Samuel Aparício, da BC Cancer Agency Vancouver Canada, são co-autores do maior estudo sobre cancro de mama feito até à data. As conclusões, publicadas na revista científica Nature, são revolucionárias: existem 10 subtipos diferentes de cancro de mama. Uma descoberta que pode determinar desde o diagnóstico e tratamento certos, até ao posterior acompanhamento clínico das pacientes.

Até agora, o cancro de mama era classificado em quatro tipos diferentes, com base na observação ao microscópio da amostra de tumor extraída durante a biopsia. Assim se determinam quais as drogas e tratamentos mais eficazes para o combater. Mas, ainda assim, existem casos que surpreendem os médicos, de formas da doença que deveriam ser mais fáceis de tratar e falham, ou de mulheres que conseguem curar uma forma de cancro considerada mais agressiva.

O estudo, que analisou 2000 tumores, descobriu dez estirpes diferentes de cancro da mama. Cada tipo de tumor partilha genes semelhantes e as hipóteses de sobrevivência a ele são muito semelhantes. Descobriram-se, ainda, novos genes associados ao crescimento e disseminação do cancro. Espera-se, agora, que as descobertas revolucionárias acelerem a criação de novas drogas feitas à medida de cada diferente estirpe, mais eficazes no tratamento, e que novas esperanças de cura possam surgir para as formas de cancro mais agressivas, de disseminação mais rápida e mais resistentes à terapêutica, conhecidos como ‘triplos negativos’.

Outro dos benefícios, referem ainda os investigadores, é poupar mulheres com formas menos agressivas da doença, a tratamentos demasiado dolorosos e debilitantes.

São necessários mais estudos e talvez só dentro de três ou cinco anos as pacientes possam vir a beneficiar dos avanços feitos a partir destas descobertas. A criação de novos fármacos pode demorar ainda mais tempo, alertam os investigadores.

Todos os anos aparecem, em Portugal, cerca de 4500 novos casos desta doença, que mata 1500 mulheres (quatro óbitos por dia). Uma em cada 10 mulheres irá desenvolver cancro de mama em alguma fase da sua vida, apontam estatísticas do Instituto Português de Oncologia. Aproximadamente 90% dos cancros são ‘curáveis’, se detectados a tempo.

Fonte: ACTIVA Saúde

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