Antigo administrador diz que Sócrates recebeu dinheiro para passar licença
Alan Perkins disse em tribunal que as verbas pagas rondaram os 200 mil ou 220 mil euros e que, ao longo do licenciamento, fizeram-se outros pagamentos a diferentes pessoas.
Antigo administrador da empresa proprietária do Freeport de Alcochete, Alan Perkins, disse hoje que foram feitos pagamentos ilegais a José Sócrates e outro alto representante para obter a licença ambiental necessária para a construção do "outlet".
Perkins está a ser ouvido como testemunha, esta manhã, no Tribunal do Barreiro, onde decorre o julgamento do Caso Freeport.
O antigo administrador, que entrou para a empresa em 2005, revelou que Charles Smith lhe contou que em 2001 tinham sido feitos pagamentos ilícitos sem os quais a licença ambiental não teria sido conseguida. Uma das pessoas a receber esse pagamento teria sido o ministro do Ambiente - na altura José Sócrates - e a licença terá sido passada na sua última semana em funções.
Alan Perkins referiu ainda que as verbas pagas rondavam os 200 mil ou 220 mil euros e que, ao longo do licenciamento, terá havido mais verbas pagas a outras pessoas.
A testemunha adiantou, ainda, que a Freeport era da opinião de que sem pagamentos o projecto "não andava". Por isso, Charles Shmith era um intermediário.
O caso Freeport foi originado por suspeitas de corrupção, tráfico de influências e financiamento de partidos políticos para que fosse alterada a Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo com vista ao licenciamento daquele empreendimento comercial em Alcochete. O licenciamento do projecto data de 2002, quando o ministro do Ambiente era José Sócrates, que mais tarde veio a ser primeiro-ministro.
Fonte: Renascença ONLINE
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